Aluno surdo cria projeto de acessibilidade no programa de navegação na internet da UFPE Convívio com a limitação ajudou no desenvolvimento da pesquisa
24/09/2012

Desenvolver um projeto sobre a problemática vivida pelo próprio pesquisador. Foi nessas condições que um estudante de mestrado do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn/UFPE) criou uma proposta de melhoria da acessibilidade no programa de navegação na internet utilizado na Educação a Distância (EAD) da instituição. Marcelo Amorim, que é surdo, conviveu com as limitações da plataforma digital e se sentiu impulsionado a propor um modelo de interface mais intuitivo para pessoas com a mesma deficiência que ele.

Dos ícones da tela principal à língua adotada no sistema, ele conta que tudo faz a diferença. “Apresentamos a proposta de um visual menos textual e com mais figuras indicativas, porque o Português é a segunda língua dos surdos. Compreendemos melhor a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o principal meio de comunicação são os olhos. Então, a interface tem que ser bem aprimorada para uma melhor acessibilidade”, explica Marcelo, que fez uma graduação em Libras numa turma com cerca de 30 pessoas com surdez.

Foi lá e com gente de fora da sala de aula, aliás, que o mestrando testou o protótipo desenvolvido e comparou as necessidades vividas por ele e por tantos outros alunos com essa limitação na EAD. “Fui à Associação de Surdos de Pernambuco, à Escola de Surdos e percebi que as limitações dessas pessoas diante das plataformas digitais eram iguais às minhas”, relata.

A análise possibilitou que ele desenvolvesse a dissertação de mestrado “Estilos de Interação Web de navegação e ajuda contextual para usuários surdos em plataformas de gestão de aprendizagem”, defendida diante da banca avaliadora. “Argumentei que a interface visual com essas alterações tem uma diferença significativa para quem é surdo. São itens que facilitam o reconhecimento da função de cada elemento da interface”, acrescenta.

Durante o desenvolvimento da pesquisa, Marcelo contou com a ajuda de um intérprete de Libras para dialogar com as outras pessoas envolvidas na proposta. Experiência que, para Fernando Fonseca, docente do CIn e orientador do projeto, foi importante para alcançar o bom resultado. “O fato de Marcelo conviver com a própria problemática da pesquisa foi determinante. O design da interface também foi feito por um surdo. Esses elementos permitiram identificar as deficiências de forma mais eficaz e melhorar a usabilidade da plataforma. Creio que vai ficar mais fácil e confortável para alunos com esse tipo de limitação”, conclui.

A expectativa, agora, é que as ideias sejam incorporadas ao Amadeus, plataforma EAD do CIn. Até o final do ano, a versão 1.0 do programa já deve estar disponível para os alunos, dotada dos artifícios que vão melhorar a acessibilidade. “Esse projeto para surdos foi construído, inclusive, a partir de um protótipo para melhorar a integração de pessoas com deficiência visual. Nos próximos meses, deve estar pronto”, conclui o professor Fernando Fonseca.

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