Orquestra do Coque concorre a prêmio da ONU No ano em que completa 4 anos, projeto pernambucano vai disputar entre os 100 melhores do mundo
04/04/2010

Em quase toda uma vida dedicada à música, nem o próprio maestro Cussy de Almeida esperava uma notícia tão boa. Violinista com a expertise de ter participado em festivais internacionais nos anos 1960, ex-diretor do Conservatório Pernambucano de Música (CPM) e um dos expoentes do movimento armorial na música clássica em Pernambuco.

Nada disso lhe rende tanto orgulho quanto a Orquestra Criança Cidadã Meninos do Coque, talvez sua maior e mais conhecida "obra" até hoje. A consagração veio semana passada com a possibilidade de o seu projeto social, eleito"o melhor do país", ganhar o título também de um dos melhores do mundo. A indicação veio da Caixa Econômica Federal, uma das financiadoras da orquestra, que selecionou esta e mais outras 19 iniciativas brasileiras a concorrer um prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU), que será entregue em Dubai (Emirados Árabes) em outubro.

O projeto pernambucano irá disputar entre 100 projetos de todo o mundo e, por ter sido eleito o melhor do Brasil ano passado, não deixa de ter um certo favoritismo. "Vamos aguardar com expectativa. Mas, sinceramente, não acredito nessa coisa (de ganhar). Geralmente só dão (prêmio) ao pessoal do Sul-Sudeste. Porque, quando se trata de Nordeste, ninguém dá muita importância", critica Cussy, com seu tom realista peculiar. Esta semana deve chegar uma equipe de vídeo de São Paulo e Brasília ao Recife. O objetivo é registrar imagens da orquestra para produzir um documentário que será exibido no dia da premiação da ONU.

A ida do presidente Lula não foi confirmada. No entanto, o fato de ele ser um dos maiores apoiadores pessoais do projeto pode credenciar a orquestra a ter algum destaque na disputa. Aos 74 anos, e debilitado por um tratamento de uma doença crônica nos pulmões, o maestro Cussy talvez também nem possa ir. "Nessa minha idade nem tenho mais vaidade. Nem sei se vou. Talvez tenha coragem", titubeia Cussy. Mesmo doente, não parece nem um pouco fraco física ou psicologicamente. Ele quer mais. Gostou daideia de criar orquestras com crianças carentes. "A qualquer hora vou formar aí umas duas ou três turmas. Nem que fosse em Pacatuba (?) eu iria. Isso me anima muito", disse.


Maestro Cussy de Almeida espera a cerimônia da premiação com ansiedade.
Hoje formada por 130 jovens, entre 3 e 18 anos de idade, ela começou a ser financiada por um homem que sonha só, o desembargador Nildo Nery dos Santos, da Associação Beneficente Criança Cidadã (ABCC), cuja fundação completa 10 anos neste mês. Nem é preciso dizer que a orquestra se tornou maior que a própria instituição.

Após apresentações em programas de tevê, festivais e até no Palácio do Planalto, com direito ao presidente Lula como expectador ilustre, a orquestra deslanchou. É cotada, por exemplo a ser apresentar em Nova York que antes da premiação em Dubai. Hoje conta com meia dúzia de patrocínios privados (além da Caixa, tem a Pamesa, Chesf, Gerdau etc), além do próprio Exército, que cede um espaço no bairro do Cabanga (Zona Sul) para os alunos estudarem cinco horas diárias. Mas a sede definitiva da orquestra está por vir. Lula cedeu um terreno no Pina para ser construída uma sala de concerto de 600 lugares, onde as crianças e adolescentes poderão ensaiar em regime integral. A expectativa é que até o final do mandato do presidente a obra esteja pronta? "Vai ser do tamanho do Santa Isabel", compara Cussy.

De cunho musical, o projeto da orquestra virou educacional. Além de ter aulas de história da música, com pesquisas sobre cânones como Mozart, Beethoven, Lizst e Chopin, as crianças aprendem história das artes e recebem reforço de português e matemática. Recentemente eles também passaram a ter aulas de inglês e espanhol aos sábados. "Eles têm aqui o que nenhuma outra escola do Recife daria", comentou Cussy. No projeto, eles também ganham roupa para concerto, farda, lanches fornecidos pela Pilar e Casa dos Frios e planos de saúde e odontológico da Unimed. E são estimulados a prosseguir com os estudos regulares.

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