Por baixa qualidade, Brasil fica em penúltimo lugar em ranking mundial de educação
04/12/2012

Um estudo internacional divulgado no dia 27 de novembro coloca o Brasil em penúltimo lugar em um ranking global de educação. O levantamento comparou o desempenho de 40 países, levando em consideração quesitos como notas de provas em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas, feitas por estudantes de cada local entre 2006 e 2010, além de qualidade dos professores e quantidade de alunos que ingressaram na universidade, entre outros.

Realizada pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), a pesquisa apontou que os três melhores colocados são Finlândia, Coreia do Sul e Hong Kong, seguidos por Japão e Cingapura. Em um grupo intermediário estão Alemanha, Estados Unidos e França. Já entre os piores sistemas do mundo figuram, além do Brasil, mais seis países: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia (último colocado no ranking).

De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa, entre as características comuns às nações situadas no topo desta lista estão a valorização dos seus professores e a prática de uma cultura de boa educação. O estudo comprova que os investimentos financeiros são importantes, mas não mais do que a manutenção de uma verdadeira cultura de aprendizado, que valoriza a educação como um todo. Para isso, é fundamental empregar professores de alta qualidade, pagando bons salários.

“Obter uma má colocação em mais um ranking de educação reforça que é fundamental nos aproximar das raízes dos problemas do Brasil, que se acumulam desde o início do atendimento educacional. Isso tem a ver com uma vasta gama de fatores, como falta de creches, não democratização do acesso, desvalorização da carreira do professor, baixo investimento público, defasagem dos cursos de pedagogia e desigualdade social”, afirma Francisca Paris, pedagoga, mestra em Educação e diretora de serviços educacionais do Ético Sistema de Ensino, da Editora Saraiva.

Apesar deste mau resultado, a educadora acredita que fixar as lamentações no termômetro não é o caminho correto, mas, sim, atacar de uma vez a raiz de todos os problemas: a falta de prioridade com que o país sempre tratou a educação básica. “Precisamos, por exemplo, nos perguntar por que nossos governos e sociedade investem tanto no ensino superior, reconhecidamente caro e burocratizado, com um custo anual por aluno que já foi estimado em US$ 15 mil, enquanto crianças e jovens estudam em escolas com péssima infraestrutura, professores mal pagos e sem recursos tecnológicos? Precisamos descobrir por que nossas crianças chegam ao ensino fundamental II com habilidades de leitura tão parcas e saber como qualificar imensas populações de jovens e adultos para um mercado de trabalho que demanda cada vez mais conhecimento”, diz.

A pedagoga Francisca Paris ressalta que é a intervenção pedagógica adequada dos educadores que faz quase toda a diferença na escola. Só que, apesar de a atividade docente estar cada vez mais complexa e exigente, a carreira tem um estatuto social decadente, formação fragilizada e remuneração baixa. Então, não atrai à profissão os estudantes mais qualificados nem anima os melhores profissionais a manter-se nas escolas públicas. A carreira recebe pessoas desmotivadas e que, provavelmente, não encontrarão incentivos e sentido no magistério, já que não “escolheram”, mas foram social e economicamente “escolhidas” para serem professores.

“A questão da valorização do magistério é essencial para que os professores possam realizar suas tarefas com dignidade. É evidente que apenas oferecer um salário maior não irá comprometer nem qualificar o corpo docente, mas é imprescindível que haja políticas de ampliação das remunerações. Isso juntamente com políticas de avaliação externa de docentes, discentes e gestores, que indiquem intervenções técnicas de nossos gestores públicos, a fim de dar saltos na qualidade da escola pública. O primeiro e mais importante passo para tal empreitada é devolver a decência à docência”, finaliza a diretora de serviços educacionais do Ético Sistema de Ensino, Francisca Paris.

Veja mais notícias
Natal Legal pede ajuda 19/11/2010

O Instituto Amigos da Rua (IAR) está em busca de parceiros que ajudem a realizar o Natal Legal 2010, no dia 14 de dezemb...

Correios promovem campanha para presentear crianças carentes no Natal 19/11/2010

Os Correios promovem mais uma vez sua campanha de Natal solidário. A ideia é fazer com que as crianças carentes não fiqu...

Professor da ABCC Flávio Gadelha recebe agradecimento 16/11/2010

O professor do Curso de Artes Plásticas do Espaço Criança Cidadã, Flávio Gadelha, recebeu agradecimento do Conservatório...

“Centavos da Sorte” tem pré-lançamento em grande estilo 10/11/2010

O programa de título de capitalização “Centavos da Sorte”, que vai beneficiar os projetos da Associação Beneficente Cria...

Dia da Criança Cidadã em Pernambuco é comemorado com diversas atividades pela CGU 05/11/2010

Esta sexta-feira é o Dia da Criança Cidadã. A comemoração acontece, simultaneamente, em todos os estados do Brasil, e te...

Festa para as crianças das Vilas 29/10/2010

Algodão doce, pipoca, bolo e cachorro quente. Todas as delícias favoritas da criançada estavam no cardápio da festa do D...

ABCC participa da "Ponte Para a Paz" 26/10/2010

Com o propósito de unir as comunidades rivais Coque e Coelhos, a Associação Beneficente Criança Cidadã (ABCC) participou...

À deriva 20/10/2010

Em completo estado de abandono. É desta forma que se encontram os barcos utilizados pelos alunos que frequentaram as aul...

Uma nova chance para jovens com deficiência 19/10/2010

PESQUEIRA – Trabalho desenvolvido por uma Organização Não-Governamental nesta cidade do Agreste pernambucano tem melhora...

Newsletter
zaite
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso site.
Ao utilizar nosso site e suas ferramentas, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

ABECC - Política de Privacidade

Esta política estabelece como ocorre o tratamento dos dados pessoais dos visitantes dos sites dos projetos gerenciados pela ABECC.

As informações coletadas de usuários ao preencher formulários inclusos neste site serão utilizadas apenas para fins de comunicação de nossas ações.

O presente site utiliza a tecnologia de cookies, através dos quais não é possível identificar diretamente o usuário. Entretanto, a partir deles é possível saber informações mais generalizadas, como geolocalização, navegador utilizado e se o acesso é por desktop ou mobile, além de identificar outras informações sobre hábitos de navegação.

O usuário tem direito a obter, em relação aos dados tratados pelo nosso site, a qualquer momento, a confirmação do armazenamento desses dados.

O consentimento do usuário titular dos dados será fornecido através do próprio site e seus formulários preenchidos.

De acordo com os termos estabelecidos nesta política, a ABECC não divulgará dados pessoais.

Com o objetivo de garantir maior proteção das informações pessoais que estão no banco de dados, a ABECC implementa medidas contra ameaças físicas e técnicas, a fim de proteger todas as informações pessoais para evitar uso e divulgação não autorizados.

fechar